MORINGA OLEIFERA


MORINGA OLEIFERA


A Moringa Oleífera (Moringaceae), planta originária da Índia é considerada por botânicos e biólogos, um milagre da natureza. Uma esperança para o combate da fome no mundo. Rica em vitaminas e sais minerais, ela tem:
a) Sete vezes mais vitamina C que a laranja;
b) Quatro vezes mais cálcio que o leite;
c) Quatro vezes mais vitamina A que a cenoura;
d) Três vezes mais potássio que a banana;
e) Duas vezes mais proteína que o leite (cerca de 27% de proteína, equivalente à carne do boi);
e) Mais ferro que o espinafre;
f) Vitaminas presentes: A, B (tiamina, riboflavina, niacina), C, E, e beta caroteno.
g) Minerais presentes: Fósforo, Ferro, Selênio e Zinco.





UTILIZAÇÃO DA PLANTA

SEMENTES – De sua semente se extrai um óleo similar em qualidade ao azeite de oliva. Por ser a única planta conhecida que floresce todo o ano, é, também, considerada melífera, própria para a criação de abelhas. Seu mel é considerado medicinal e alcança elevado valor no mercado europeu. Pela produção intensiva de flores e sementes, estudos recentes recomendam seu plantio para extração de biodiesel de suas sementes.
As sementes verdes podem ser cozidas, iguala feijão branco, soja, etc., e servidas na forma de salada.

FOLHAS – Suas folhas e flores são comestíveis, para humanos e animais. Vem sendo utilizadas para alimentação de ovinos, caprinos, galinhas caipiras, coelhos e vacas leiteiras. A associação brasileira de caprinocultores a recomenda.

FLORES – Das flores se faz um prato apreciado na Indonésia e Timor Leste, chamado makansufa, As flores são fritas em óleo de coco, e imersas em leite de coco, sendo comidas com arroz ou milho. As folhas e flores podem, também, ser consumidas em vitaminas ou sucos com outros legumes, como beterraba, cenoura, ou frutas como a laranja, maçã, melão, mamão, caju, abacaxi. etc.
As flores também poderão ser utilizada em um chá medicinal, recomendado para resfriados, de uso popular em vários países.O suco das flores ou folhas, pode compor caldos ou molhos, na sua forma natural para preservar vitaminas e sais minerais. É excelente no tratamento para redução de peso, e por ser rica em nutrientes, facilita uma reeducação alimentar sem agressão ao corpo e ao metabolismo.
As suas flores são muito utilizadas para alimentação de abelhas tipo Europa (Apis) ou as nativas sem ferrão. Produzem muito néctar para a alimentação das abelhas, florescendo o ano todo.De suas folhas, flores ou sementes, se pode extrair um produto, utilizado como decantador no tratamento de água para consumo humano, similar aos produtos aos químicos utilizados pelas companhias de tratamento de água. As folhas maceradas em poças de água barrenta provocam rápida limpeza. Se não estiver contaminada, fica própria para o consumo. No Nordeste brasileiro esta planta já está sendo utilizada para este fim.

VAGENS – As vagens novas podem ser cozidas, iguala aspargos ou vagens de feijão. E bastante utilizada desta forma no Haiti.

CASCAS – De suas cascas se faz artesanato, pois são muito maleáveis e próprias para moldar e fazer cestos, trançados, etc.. Pode ser processada para extrair uma fibra, para 
produzir tapetes. Sua seiva tem gosto adocicado. A casca e a resina, tem tanino, que é utilizado para o curtimento de couros para a fabricação de calçados, bolsas, vestuário, etc.

BATATAS – Pode-se planta-la em canteiros, como uma hortaliça, e quando a planta atinge cerca de 30 centímetros , arranca-se o pé e se extrai uma batata para consumo alimentar. Tem gosto de rábano, próximo do rabanete, A seiva e a batata, tem todas as vitaminas da plantas em concentração. Essa batata pode ser comida em saladas ou refogados. Ou mesmo em sucos de frutas ou legumes. Após esse período de 30 dias a batata desaparece e transforma-se na raiz da planta.
ORNAMENTAL – Em muitos países se planta a Moringa como ornamental pois ela produz flores o ano inteiro, sendo a única planta conhecida com essa capacidade.

CELULOSE – Sua madeira é mole, mas é excelente para produzir celulose para fabricação de papel.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE USO

ALIMENTAÇÃO HUMANA – Por suas propriedades alimentícias, pode ser utilizada em tratamentos de desnutrição, pois é rica em proteína, vitaminas e sais minerais. Também pode ser utilizada no combate à obesidade e ao colesterol elevado, substituindo com nutrição equivalente, mas com muito mais vitaminas e sais minerais, a carne e vários outros alimentos que engordam ou que são ricos em gorduras saturadas.

ALIMENTAÇÃO ANIMAL – Pode, ainda, ser plantada como forrageira, para alimentar carneiros, cabritos, coelhos, galinhas caipiras, vacas leiteiras. Planta-se as sementes a cada 80 centímetros. Quando a planta atinge 80 centímetros de altura, corta-se os ponteiros. Após nova brotação, vão surgir vários brotos. Quando eles atingirem 30 centímentos, corta-se novamente todos os ponteiros, para que haja uma nova brotação. Assim a planta fica mais encorpada. Após essa segunda quebra de ponteiros, pode-se cortar os brotos e retirar as folhas para servir como alimento. Pela sua concentração de vitaminas e sais minerais, é um alimento nobre que ajuda a reduzir o custo da criação.

USO MEDICINAL – Na África, com milhões de pessoas com o vírus HIV e AIDS, tem sido uma arma no combate aos efeitos debilitadores dessa doença, por ser rica em proteínas, vitaminas e sais minerais, assim como é poderosa arma contra a desnutrição crônica em muitas regiões daquele continente.
Resultados positivos ocorreram no tratamento de prostatite, câncer da próstata, reumatismo, tumores, lupus eritematoso, artrites e outras doenças auto-imunes, hipertensão arterial, hepatite, mobilidade gastrintestinal, vírus Epstein-Barr, epilepsia, fadiga crônica, males causados pelo tratamento de câncer, tratamento pré-natal, de glaucoma, de má nutrição de adultos e crianças, de redução da obesidade, cura de irritação gastro-intestinal, de dermatoses, de bronquites e de inflamações de mucosas em lactentes. As raízes são laxativas. A planta produz efeito renovador das células epiteliais, dos órgãos sexuais e do cérebro.
Estudos demonstraram sua eficiência em dezenas de doenças: é anti-diarréica, anti-inflamatória, anti-microbiana, anti-espasmódica, anti-diabética, diurética, vermífuga (flores e sementes).
Existe citação do uso dessa planta com essa finalidade na bíblia, em Êxodos 15:20-25. Ela é considerada um milagre da natureza, uma verdadeira farmácia natural.


Moringa oleifera: MANEIRAS DE CULTIVAR CONFORME FINALIDADES

1º TIPO DE CULTIVO:

PARA TER ÁRVORE ALTA, SEGUINDO SUA TENDÊNCIA NATURAL, PARA CONTER EROSÃO E DEMARCAR ÁREA:

Plantar por semente - desenvolve a raiz central pivotante, bem funda. (Árvore por estaca desenvolve só os dois outros tipos de raízes laterais, finas).
Nunca podar, deixando-a crescer alta e reta, com ramos laterais só no topo. Produzirá pouco, de qualidade inferior e inacessível à colheita.
Usada para:
A) demarcar área rural, praças e caminhos públicos.














B) Quebrar vento (são plantadas bem perto umas das outras. Onde há ventos fortes, podar, mantendo-as em altura média)







C) Conter erosão.



2º TIPO DE CULTIVO:
 (mais comum)
PODAR PARA MANTER A ÁRVORE EM TAMANHO MÉDIO E AUMENTAR A PRODUÇÃO DE TUDO (FOLHAS, FLORES, FAVAS E SEMENTES).



Exemplos:
As árvores são plantadas espaçadas, em fileiras largas.


Antes da 1ª florada aparecer, podar no mínimo 4 vezes. 
Isso ajuda a árvore a desenvolver uma “armação” (ou estrutura de produção) forte, ficar encopada e produzir mais favas com sementes, numa altura acessível, facilitando a colheita.
1º.) Quando a árvore tem + - 3 meses de idade, o galho central atinge 60 cm de altura. 
Podar as pontas terminais a 10 cm do topo. Isso pode ser feito usando os dedos (ou faca ou tesourinha), já que o broto terminal é tenro, frágil, porque destituído de fibra e casca.

2º.) Quase uma semana depois,  ramos secundários começarão a aparecer no talo principal debaixo do corte. Quando esses ramos secundários alcançarem comprimento de 20cm, cortar 10 cm de cada um. Usar lâmina afiada e fazer corte inclinado.
Usar imediatamente os brotos cortados em alimentação

3º.) Ramos terciários aparecerão e, ao alcançarem 20 cm, podar 10 cm da mesma maneira.


Após cada colheita, podar galhos e aproveitá-los para extrair goma, tinta, lascas para mastigar como remédio ou fazer cinza terapêutica. A árvore rebrotará com vigor.

Se quiser, deixar alguns poucos ramos engrossarem para fazer mudas por estaca.

Ou podar a árvore inteira, cortando o tronco principal a 1,5 m ou 2m do chão.

Podando após cada colheita, aumenta-se o número de brotos e ramos, a quantidade de folhas, flores, vagens e sementes e consegue-se aumentar para 3 as colheitas anuais. 


Para tipos perenes de Moringa:
remover só os galhos mortos e estragados todos os anos e usá-los em adubeiro ou fazer cinza terapêutica.
Uma vez em quatro ou cinco anos, cortar a árvore a + - 1 metro do nível do chão e permitir re-crescimento. Usar os galhos cortados para mudas por estaca ou para extrair goma medicinal e tinta, ou lascas para mascar; ou fazer cinza terapêutica.
(Cultivo mais raro, para firmas que comercializam também as raízes)
Para tipos anuais de Moringa:

logo após o fim da colheita, cortar o tronco principal da árvore a aproximadamente 90cm do nível do chão.
 

Perto de duas semanas depois, 15 a 20 brotos aparecerão abaixo do corte.
 
Deixar crescer só 4 ou 5 ramos  robustos e cortar inclinadamente os brotos restantes enquanto eles são jovens, antes de ficarem compridos e endurecerem.
 
Continuar o mesmo processo de poda (como feita com as mudas novas) para fazer o arbusto encopado.
 
Depois da segunda colheita, as árvores podem ser removidas (inclusive para colher raízes – para farmácias fazerem remédios.
Cuidado: elas são perigosas se a casca da raiz não for retirada totalmente!)
 Plantar mudas novas.

3º TIPO DE CULTIVO:

Plantação densa para PRODUÇÃO INTENSIVA SÓ DE FOLHAS
Plantar muitas árvores próximas para agilizar a colheita e aproveitar o terreno.

Quando cada árvore atingir 60 cm, começar a podá-la 10 cm. Ir podando os brotos conforme forem surgindo e usando imediatamente a parte cortada como alimento ou remédio.
 

Novos brotos se multiplicam a cada corte e a árvore formará um arbusto baixo e encorpado,
Exemplos abaixo.
(Na parte externa da plantação densa, algumas árvores devem ser plantadas espaçadas e cultivadas para produção de tudo (folhas, flores, favas, sementes), como explicado no 2º tipo de cultivo, o mais comum.)



Campo de cultivo intensivo de Moringa.
Árvores cortadas a 20 cm do chão e galhos usados para estacas.









Fontes:

“Moringa – Nova Hotaliça para o Brasil” – W. E. Kerr e outros

Caprinet – O Portal da Caprino Ovinocultura. Arquivo: Moringa: Purificadora de água e fonte de vitamina A

Medicina Alternativa - Mr. Dan and Ms. Sue Birman - Discovery Health Channel
 

Proyecto Moringa – El Maná Verde Del Trópico” – México,  Helvio David Walter Botana Hayashi

“Cultivando Moringa para Uso Pessoal ou Comercial”, Lowell J. Fuglie (*) and K. V. Sreeja
(* ) Lowell J. Fuglie, diretor executivo do Programa “Socorro Fome” do Serviço Mundial de Igrejas  no  Senegal, cultiva milhares de árvores Moringa naquela região e é autoridade mundial nessa espécie.               
 

The Miracle Tree, The Multiple Attributes of Moringa -  Lowel Fuglie: Church World Service. 

Trees for Life (diversos arquivos)

Trees for the Future

Tratamiento de Aguas. University of Leicester's M. Oleífera Page. Geoff Folkard y John Sutherland: Grupo de Ingeniería Ambiental de la Universidad de Leicester.

http:/www.explorelifeonearth.org - Mark E. Olson: Botánico Evolucionista con Doctorado en Moringaceas, en la Universidad de Washingtonen. Current Address: Instituto de Biología de la Universidad Nacional Autonóma de México. 

Nutitive Value of Indian Foods, Gopalan, Sastri & Balasubramanian, National Institute of Nutrition, Indian Council of Medical Research, Hyderabad India.

Technical Note on M. oleífera- ECHO

Agrodesierto, S. L.: Programas agroforestales en las Palmas de Gran Canaria.

Información Forestal de los árboles de usos múltiples - FACT Net, Winrock International:
 

Nutricional value of moringa - Verma, S.C., Banerji, R., Misra, G., Nigam, S.K. 1976.
 

The quest for tolerant germplasm.p.1-61. In: ASA Special Symposium 32, Crop Tolerance to suboptimal land conditions - Am. Soc. Agron. Madison, WI. Duke, Handbook of Energy Crops and Duke, J.A. 1978.. 

Guía de Desinfectantes en el programa de saludambiente - Ministerio de Salud: Departamento Suministro de Agua Potable. El Dorado, Panamá















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